
Partiu Machu Picchu
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Tem algumas pessoas próximas a mim que tem o privilégio de viajar pra qualquer lugar do mundo de primeira classe. Essas mesmas pessoas podem ficar nos hotéis mais confortáveis e só precisam de algumas horas para atravessar continentes.
Gisele e eu? Definitivamente, não somos essas pessoas. Até queria, pra ser sincero (sim, um pouco de inveja dessas pessoas e espero, carinhosamente, que elas tenham uma leve dor de barriga em algum momento dessas viagens…) mas não ser, também tem suas vantagens ^^
Bom, essa viagem que fizemos é uma dessas vantagens.
Gisele e eu queríamos conhecer Machu Picchu, ajuntamos grana por 1 ano, separamos 20 dias, pedimos oração para nossos pais e metemos o loco! Pegamos nosso Ford Fiesta (guerreiro), enfiamos o máximo de comida enlatada e energético que conseguimos no porta malas, limpamos nossa barraca e fizemos nosso roteiro.
Foram 8.300km rodados em 20 dias, 65 cidades atravessadas em 3 países diferentes e um trauma de não poder mais sentir o cheiro de palmito que até hoje me assola.

Bom, o spoirler é que no final, deu tudo certo!!! mas vamos por parte hahahah
A estratégia adotada foi simples, ter fé! E quando eu digo isso as pessoas acham que é zoeira, mas só pra vc ter uma idéia, eu descobri que eu não tinha um pneu de step só quando voltei pra casa e só fiquei sabendo que meu seguro não cobria colisões em outros países quando eu fui renovar meu seguro, tipo uns 5 meses depois hahahaha
Massssss Deus é bom e o diabo não presta. Deu tudo certo e o que fica é o aprendizado do que NÃO fazer!
Os primeiros dias foram os mais difíceis, foi basicamente dirigir-dirigir-dirigir-parar pra comer palmito-dirigir.

Você talvez esteja se perguntando o porque do palmito, bom… primeiro pq vc só pode atravessar comida enlatada entre os países da América do Sul, não pode levar frutas ou comidas que a gente faz em casa (como sanduíches, por exemplo) e segundo pq é um alimento rico em nutrientes.
E quando chegava o final da tarde, parávamos em uma cidade, comprávamos pão e frios, montávamos acampamento em algum local permitido e nos perguntávamos… “q q a gente ta fazendo aqui?!” o.O

Esse foi um dos acampamentos mais bonitos, era uma escola desativada aos pés da cordilheira dos Andes ^^

E é claro que quando a gente passava por algum local lindo a gente parava pra respirar e fazer algumas fotos, pq vc sabe… fotógrafos.


Admito que a uma certa altura da viagem, eu já não estava lá muito criterioso com a qualidade do combustível.
Tava é agradecendo que o carro ainda tava andando.


Pra chegar em Machu Picchu a gente precisou cruzar a Argentina, o Chile (pelo deserto do Atacama) e o Peru, até Cusco.
Cruzar a Argentina foi a primeira parte da nossa cruzada, não muito diferente do interior do Brasil, mas o Chile foi curioso. O deserto do Atacama é realmente muito bonito, enorme e com uma vegetação bem própria. Foi aqui que começamos a perceber como nossa viagem parecia ter ido pra uma outra realidade.
Milhares de KM de areia, montanhas e sol, mesmo as cidades maiores possuía uma quantidade de árvores que deixava a desejar, principalemnte para nós que contávamos com suas sombras pra fazer nossas refeições. LOL




Quando chegamos em Cusco, decidimos ficar alguns dias pra conhecer essa cidade e os arredores.


Ficamos 3 dias nesse lindo hotel:


Dentre outros locais, resolvemos subir a montanha do arco-íris antes de seguir viagem até Machu Picchu Pueblo (cidade ao pé da montanha de mesmo nome). Admito que meu condicionamento fisico deixou um pouco a desejar, mas que a gente subiu a gente subiu!


Depois dessa odisseia a gente puxou o carro até Santa Teresa, que é a última vila que da pra chegar de carro, antes de Machu Picchu.
Estacionamos o carro lá e fomos até a estação de trem para ir até Machu Picchu Pueblo (cidade no pé de Machu Picchu).

Chegando lá descobrimos que a passagem do trem até Machu Picchu Pueblo custava, pasmem, 100 D-Ó-L-A-R-E-S por pessoa.
Preparados como somos, agradecemos e gentilmente recusamos essa oferta tentadora. Porque ir de trem se você pode ir a pé, montanha a dentro por 12km não é mesmo?


Finalmente dormimos em um hostel, tomamos um banho e no outro dia bem cedinho, subimos a montanha rumo a Machu Picchu!





Admito que essa não foi uma daquelas viagens que fazemos para descansar… teve perrengues, sustos, em alguns momentos achamos que tudo tinha sido uma péssima ideia (talvez tenha sido e a gente só teve sorte), tive que cagar no mato algumas vezes (too much?) mas o mais engraçado é que hoje, um tempo depois, só consigo pensar que valeu a pena e foi uma experiencia que não só nos fortaleceu como casal como também fez a gente pensar: “é, talvez a gente esteja aproveitando a vida do jeito certo” :)
Entre não fazer as coisas porque não temos condições e fazer as coisas nas condições que temos, eu fico com a velha premissa do brasileiro médio: quem quer, dá um jeito!
